quarta-feira, 17 de agosto de 2011

MIGALHAS






By Silvana Duboc


De migalhas em migalhas eu fui amada
e no final, é claro, não deu em nada.
Fui querida por poucos momentos,
nem cheguei a sentir seu sentimento
que desapareceu envolto no vento.
As migalhas, por ele, foram sendo espalhadas
e nunca mais foram encontradas.
De certo fui levianamente usada
pensando ser tudo, mas eu era nada.
Eu era tão pouco dentro do seu mundo
que acabei sendo devorada em segundos
pelo seu abandono e esquecimento,
pela falta do seu comprometimento,
porém, acho que tenho que ser desculpada
por amar tanto sem nunca ter sido amada,
afinal fui eu que escolhi me cegar
e de toda forma insistir em acreditar
nas inúteis migalhas que você decidiu me dar.
Desculpe pela minha imensa crença
e pela enorme insistência,
desculpe pela afeição e atenção
que de coração eu dediquei a você
quando era claro que você não fazia por merecer.
Migalhas, alguma coisa que se destruiu, 
migalhas, fragmentos de algo que não resistiu, 
migalhas, restos que são varridos
e debaixo do tapete ficam escondidos
para que nunca possam revelar
a real história de alguém que não soube amar.
Agora sigo meu caminho certa de que fui eu a errada
pois amor é coisa grande e verdadeira
e migalhas coisa pequena e passageira.



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