By Silvana Duboc
Doeu tanto
que nem o meu próprio pranto
conseguiu aplacar
a dor que em mim veio morar.
Doeu em cada parte do meu corpo,
no meu peito, no meu rosto,
nas minhas pernas e braços.
Doeu a falta dos seus abraços,
a falta do seu carinho e da sua presença.
Doeu tanto que virou doença,
daquelas que só são curadas
com remédios de receita controlada.
Doeu tanto que minha vida foi anulada
e eu me tornei discriminada
por ser capaz de amar
a ponto de ficar adoentada.
Doeram até os fios de cabelo,
doeu o corpo inteiro.
Doeram as minhas entranhas
de forma tão violenta e estranha
que eu quis morrer de amor
por sentir tanta dor.
Doeu muito, doeu demais
a ponto de sugar a minha paz.
Doeu a alma e o coração,
doeu a minha imaginação,
doeu a minha inspiração.
Doeram meus versos e poesias,
doeu minha tristeza e minha alegria.
Doeram os meus dias,
as minhas fantasias.
Doeu tanto e com tanta crueldade
que doeu até a minha sanidade.
Mas toda essa dor doeu discretamente,
doeu inutilmente
e doeu tão diferente
de todas as outras vezes que doeu
que agora busco o meu eu
e não sei onde ele se perdeu.
Eu sei apenas o quanto doeu
e doeu num coração que nunca mereceu.
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